Razões Económicas:
- Economias advindas de operações de consolidação e desmembramento;
- Economias de transporte;
- Economias de produção (lotes económicos);
- Descontos nas quantidades adquiridas e nas taxas de transporte;
- Economias devidas a redução dos níveis de risco e de stocks, por adiantamento das operações de finalização do produto;
Razões de Servições:
-Manter uma origem de oferta;
- Cobrir diferenças de tempo e espaço entre produtores e consumidores;
-Atender a oscilações no mercado (sazonalidade, competição,...);
Dar suporte a políticas de nível de serviço;
Actividades no Armazém:
- Recebimento do material
- Descarregamento, inspecção e separação;
- Movimentação;
-Segurança;
- Picking;
- Consolidação, quebra, mistrura de cargas;
- Unitização ou paletização;
- Expedição;
- Resolução de problemas de documentação;
- Carregamento;
Em alguns casos:
- Embalagem;
- Montagem de kits;
- Operações industriais de montagem (finalização de produtos);
- Controlo de temperatura e humidade;
Objectivos do Planeamento de Operações de Armazenagem:
- Dimensionar instalações e áreas de forma eficaz ( 3 dimensões);
- Minimizar os custos operacionais de armazenagem mantendo o nível de serviço desejado;
- Especificar equipamentos e sistemas no contexto planeado;
- Maximizar a utilização efectiva do espaço;
- Optimizar os fluxos físicos e de informações;
- Prover flexibilidade;
Políticas de Armazenagem
Resultam do Trade-off de custos: Espaço x Movimentação
Aleatória: Estes itens são armazanados em posições aleatórias, resultando em menores custos de espaço, pela compactação, e maiores custos de movimentação.
Dedicada: Estes itens são armazenados em posições pré-definidas, resultando em maiores custos de espaço e menores custos de movimentação ( itens de maior trânsico são colocados próximos às entradas ou saídas)
Mista: Dedicada por categorias
Estrutura de Armazenagem
A decisão sobre o tipo de estrutura estará apoiada em :
- Tipo de produtos
- Unidade movimentada (paletes, caixas, fracções, ...)
- Mix movimentado
- Critérios de operação
- Giro dos produtos
- Veículos, se já exsistentes
- Prédio, layout, budget.
Equipamentos Automáticos
Vantagens:
- Redução do custo de mão de obra;
- Aumento da produtividade;
- Aumento do controlo através de maior e melhor informação;
- Melhor nível de serviço;
Desvantagens:
- Alto custo do equipamento e de sua manutenção;
- Tempo consumido para manutençãoe treinamento;
- Baixa flexibilidade para incertezas na demanda;
- Incompatibilidade com sistemas existentes;
Sistemas de Gerenciamento de Armazxéns (WMS)
" Sistemas de gestão por software que optimizam operações de armazenagem a partir do eficiente gerenciamento de informações e conclusão de actividades com alto nível de controlo e acuracidade do inventário"
- A partir de informações de transportadores, fabricantes, fornecedores e clientes;
- Promove o planeamento de processos no armazém;
- Mais eficiência na recepção, inspecção, verificação de stocks, separação, embalagem e expedição de mercadorias;
- Redução de custos; Eficiencia na mão de obra, redução de hora extra e contratações;
- Melhoria do serviço ao cliente; monitoramento, identificação e correcção de erros no acto da verificação;
Algumas características operacionais:
- Processamento de pedidos,
- Controlo de inventário e lote;
- Controlo de divergências e capacidade de previsão;
- Endereçamento automático e optimização de stocks;
- Análise de desempenho e produtividade de mão de obra;
- Roteiros e sequências de paradas na separação;
- Preparação de documentos de expedição;
- Banco de dados com taxas de frete;
- Auxílio em projectos de layout;
- Prioridade de descarregamentos;
- Gerenciamento de pátio;
Tipos de "WMS"
- Localizadores de stocks;
- Controladores de armazém, WCS
- Gerenciadores de armazéns, WMS
Armazenagem Estratégica
Em Sistemas Escalonados:
- Stocks distribuídos, descentralizados;
- Menor flexibilidade;
- Elevados custos de stocks, maior complexidade de gestão;
- Economias de transporte, grandes lotes;
Em Sistemas Directos:
- Stocks concentrados, centralizados;
- Maior flexibilidade;
- Economias de stocks, menor complexidade de gestão;
- Elevados custos de transporte, pequenos lotes;
Em Centros de Distribuição Avançados, CDA
- Chegam grandes volumes de caraga consolidada, longo curso;
- Partem volumes menores de carga fraccionada, entregas;
- Economias de escala;
- Rápido atendimento;
- Consolidação de mix de produtos vindos de diversos fornecedores
Em Transit Point:
- Similares aos CDA, mas sem stocks e um único fornecedor;
- Produtos recebidos já possuem destinos, ou clientes definidos;
- Fácil gerenciamento, pois não tem actividades de stocks, picking, ...;
- Estruturas simples, logo baixos investimentos;
- Depende de demandas de grandes volumes em frequências regulares;
Em Cross-Docking:
- Similares aos transit point, mas com muitos fornecedores;
- Movimento de cargas da área de recebimento directo para a expedição;
- Pequenas áreas de stock e máxima utilização de veículos e docas;
- Alta coordenação entre participantes, com uso TI, por exemplo código de barras;
Em Merge In Transit:
- Extensão do cross-docking combinado ao JIT;
- Distribuição de produtos de alto valor agregado, multicomponentes produzidos em diferentes plantas especializadas
- Coordenação dos fluxos dos transportes a partir da gestão de lead times de produção e transporte;
- Consolidação próxima aos consumidores, só quando necessáio e sem grandes stocks intermediários;
- Coordenação mais rigorosa;
Muitas vezes o gestor depara-se com ofertas de descontos nos preços dos bens a adquirir em função das quantidades compradas.
Esses descontos podem assumir, basicamente, duas formas:
Caso 1
Oferta de uma percentagem de desconto no preço de compra desde que se adquira mais do que uma determinada quantidade.
No sector do calçado as compras de produtos e serviços representam 50 a 60% dos custos industriais ou mesmo do valor de facturação. No sector automóvel este valor sobe a 80% do custo de uma viatura no Japão, 75% nos EUA e 70% na Europa. Na metalomecânica ligeira estes valores situam-se entre os 40 e os 50%. Qualquer destes exemplos mostra que a gestão dos stocks e das compras são factores de relevância na gestão actual das empresas. Mas a gestão de stocks não constitui uma célula isolada na empresa. Em resumo, a gestão de stocks, para além de uma organização própria que responda ao conjunto de economias possíveis de realizar, encontra-se, no seio da empresa, como um órgão integrado numa organização global que, caso não esteja suficientemente desenvolvida, bloqueia a sua acção e a concretização dos seus objectivos.
Caso 2
Variação dos preços de compra conforme escalões de quantidades compradas.
Ex: até 99 unidades preço = 50/un
de 100 a 199 unidades preço = 45/un
200 ou mais unidades preço = 40/un
Como decidir ?
Caso1
Partindo do princípio que nos é proposta uma quantidade Qa a um preço unitário u
1º - Calcular a Qe (com o preço unitário base – u)
2º - Calcular Qe’ (com o preço unitário com desconto – u’)’
Exemplo
Para um produto com o seguinte perfil de consumo:
u = 900 u.m
S = 3500 unidades
a = 5000 u.m
t = 20%
o fornecedor propôs-nos fornecer 4500 unidades a um preço (u’) = 765 u.m. (15% de desconto).
Devemos ou não aceitar?
1º - Calcular Qe:
2º - Calcular Qe’
Como QE’ < QA nada podemos concluir pelo que é necessário calcular o custo anual global para U e U’.
Como Y(Qa)< Y(Qe) (302563 < 322973) podemos concluir que é vantajoso aceitar a proposta do fornecedor.
Caso 2
3º Passo
A quantidade a adquirir é 600 unidades porque é a que apresenta um custo económico mais baixo (674167 u.m.). Todas as outras apresentam custos económicos mais elevados.
BASEADO NA LEI DE GAUSS OU LEI NORMAL
BASEADO NA LEI DE GAUSS OU LEI NORMAL
Vimos que o papel do stock de Segurança é o de precaver:
- Contra um aumento eventual do consumo;
- Contra um aumento eventual do prazo.
Trata-se, portanto, de se precaver contra os desvios em relação aos valores escolhidos para determinar o Ponto de Encomenda. Calcule-se então de novo este Ponto de Encomenda.
Fazendo:
Se for escolhido o desvio padrão como parâmetro de medida da dispersão a expressão do Ponto de Encomenda apresentar-se-á:
PARA PREVENIR VARIAÇÕES DE CONSUMO DURANTE O PERÍODO DE RISCO
No caso dos métodos que estamos a estudar, o período de risco é igual ao prazo de aprovisionamento (trata-se efectivamente de um período de tempo em que qualquer reposição, por excesso de consumo ou por alargamento do prazo, traz custos suplementares) Sendo s(Q) o desvio padrão do consumo durante o prazo de aprovisionamento, virá:
Em que:
Z - Valor fornecido pela Tabela 1 (função do risco de ruptura)
d - prazo de aprovisionamento
Este método consiste em encomendar quantidades variáveis em intervalos fixos.
Este método consiste em encomendar quantidades variáveis em intervalos fixos. È usado quando a um mesmo fornecedor compramos diversos materiais e pretendemos que o seu reaprovisionamento seja simultâneo, para reduzir custos de lançamento da encomenda, para reduzir custos de transporte, etc
A primeira questão que se nos coloca é quando encomendar? Ou seja, de quanto em quanto tempo é que eu faço a encomenda? – daí que também se chame a este método o Método do Ciclo de Revisão Fixo.
A segunda questão é, obviamente, qual a quantidade a encomendar?
Quando encomendar ?
A quantidade que devemos encomendar, partindo do zero, para nos precavermos durante o período de aprovisionamento (p) e durante o prazo de aprovisionamento (d), acrescida do stock de segurança (Ss) será:
No momento de lançamento da encomenda deve-se ter em conta o Stock Potencial (Sp).
Cálculo do Stock de Segurança
O Stock de Segurança calcula-se de acordo com o ponto 9.6.2 (expressão [2])
Há, no entanto, autores que consideram o Stock de segurança dado pela expressão:
Esta expressão conduz a valores do stock de segurança mais elevados.
Cálculo do Stock de Alarme (SA)
Pode acontecer que durante o período de aprovisionamento (p) os consumos sejam anormais e antes de chegarmos à data de lançamento da encomenda podemos atingir a ruptura. Para evitar essa situação, define-se um valor de stock (stock de alarme) que uma vez atingido dará lugar a uma encomenda fora do período. Este stock deve então fazer face aos consumos durante o prazo de aprovisionamento e às flutuações do consumo no mesmo prazo. É dado pela expressão:
O método de Ponto de Encomenda consiste em encomendar uma quantidade fixa, chamada Quantidade Económica, assim que o stock atinge o nível de reaprovisionamento chamado Ponto de Encomenda.
Caracteriza-se por encomendar quantidades fixas em datas variáveis.
PRAZO DE APROVISIONAMENTO
O prazo de aprovisionamento de um artigo é o prazo real total que decorre desde a comunicação da necessidade até à disponibilização do artigo, quer dizer, que além do prazo fixado pelo fornecedor é necessário juntar:
NOÇÃO DE STOCK MÉDIO
Consideremos um artigo que é consumido à razão de 800 unidades/ano e suponhamos que o seu stock é renovado uma única vez no ano. O stock deste artigo evolui de 800 a 0 unidades em 12 meses e o seu nível médio do ano é de 400 unidades.
Se o stock fosse renovado duas vezes/ano variaria de 400 a 0 unidades em 6 meses e o seu nível médio fixar-se-ia em 200 unidades.
É o valor deste nível médio que pesa na carga financeira dos stocks e isto mostra que ela é influenciada pela quantidade encomendada e pelo número de encomendas feitas no ano.
NOÇÃO DO "STOCK DE SEGURANÇA”
Suponhamos que para um dado artigo, o nível de stock é 80 e que o consumo é de 10 unidades/ semana, em média. Deste modo, stock será nulo na 8ª semana.
Para evitar uma ruptura é necessário efectuar uma nova encomenda tendo em conta o prazo de entrega. Se este fosse de 3 semanas, a encomenda seria feita na 5ª semana.
Se os consumos fossem regulares, no fim da 8ª semana o stock cairia a 0 no preciso momento em que a encomenda daria entrada no armazém retomando o nível do stock.
Mas tudo isto é teórico e não existe nenhuma segurança
- nem contra um prolongamento do prazo
- nem contra a alteração da lei do consumo durante o prazo de aprovisionamento
Portanto, lançar-se-á a encomenda de modo que esta entre em armazém, não quando o stock é nulo, mas quando tiver caído a um nível chamado "stock de segurança".
CUSTO ANUAL DE LANÇAMENTO DAS ENCOMENDAS
As despesas de lançamento de uma encomenda devem ser procuradas em todos os serviços que intervêm no processo de compra: Serviços Utilizadores (Produção, Manutenção), Serviço de Compras, Recepção e Armazém, Contabilidade. Em cada serviço é necessário determinar as despesas que se consideram proporcionais ao número de encomendas. Ao nível do Serviço de Compras a passagem (lançamento) de uma encomenda ocasiona despesas administrativas relativas à procura de possíveis fornecedores, à negociação e redacção das encomendas e ao relance dos fornecedores em atraso.
O custo anual de lançamento das encomendas inclui:
- o custo de funcionamento dos serviços de compra (salários, alugueres, mobiliário de escritório)
- os custos de impressos, correio e telefone
- o custos de deslocações dos compradores
- o custo das recepções, ensaios e análises
- o custo dos procedimentos realizados pelos Serviços Utilizadores
- o custo dos procedimentos contabilísticos: conferência das facturas, classificação e registo, pagamento.
O conhecimento deste custo permite calcular o custo médio de lançamento de uma encomenda.
Sendo:
- custo de passagem da encomenda de um determinado artigo
- quantidade de cada encomenda desse artigo
- consumo anual do artigo
O custo médio anual de lançamento das encomendas, para um determinado artigo, obtém-se multiplicando o número de aprovisionamentos anuais (S/Q) desse artigo pelo custo unitário de passagem, seja:
Se o consumo anual for constante, quanto maior for a quantidade de cada encomenda, menor será o número de encomendas anuais e menor será o custo médio de lançamento por unidade do artigo.
Exemplo da Avaliação do Custo de Lançamento das Encomendas
- 1 a 2% do montante total das encomendas lançadas (em valor sobre o número de encomendas lançadas)
- em relação a uma encomenda, este custo pode representar valores entre os 15 e 20 euros/artigo (se considerarmos um número médio de itens por encomenda entre 2 e 3. podemos dizer que o custo por encomenda poderá variar entre 30 e 60 euros).
CUSTO ANUAL DE POSSE DO STOCK
O custo anual de posse do stock é expresso em função do valor do stock, através da taxa anual de posse do stock ( t ). Compreende o custo do capital imobilizado, os seguros, o custo de funcionamento do armazém, a obsolescência e a depreciação e as perdas por deterioração.
- Custo do Capital Imobilizado
É um elemento dominante entre as despesas de posse. É à Direcção Financeira que o compete determinar, pois está ligado à política de investimento da empresa. Com efeito, o capital imobilizado no stock não está disponível para outros investimentos tais como o aumento ou a modernização dos meios de produção, a publicidade, etc. Só a Direcção pode avaliar o rendimento médio que espera desses investimentos.
- Custo dos Seguros
O seu montante é directamente proporcional ao valor do stock e à classe de risco dos materiais armazenados.
- Custo de Funcionamento do Armazém
Na prática, divide-se o montante global da amortização e das despesas anuais de funcionamento do armazém (salários, alugueres, electricidade, manutenção, etc.) pelo valor do stock.
- Custo de Obsolescência e Depreciação
Este risco é difícil de calcular. Na prática, o melhor método consiste em não o correr e a limitar a quantidade de encomendas dos artigos susceptíveis de obsolescência ou de depreciação.
- Custo das Perdas por Deterioração
Percentagem calculada por estatística, a seguir aos inventários físicos. Visa fazer face a perdas que acontecem devido a deficiente manipulação ou acondicionamento e a possíveis roubos.
Determinação do Custo Anual de Posse do Stock
- se u é o valor unitário de um artigo
- e t a taxa anual de posse do stock
- u.t representa o custo anual de posse de uma unidade
- ligue-se então esta noção à quantidade encomendada. Coloquemo-nos na hipótese de um stock decrescer linearmente desde Q até 0 e sendo reaprovisionado instantaneamente de uma quantidade Q. Sabemos então que o stock médio será Q/2 e o custo anual de posse do stock será então.
Exemplo de avaliação da Taxa Anual de Posse do Stock
Juro do dinheiro ………………………………………………………………………....6,0%
Diferença de investimento que se podia realizar como capital parado no stock ...4,0%
Recepção e movimentação……………………………………………………………..1,0%
Seguros …………………………………………………………………………………..0,5%
Obsolescência …………………………………………………………………………..1,0%
Depreciação – Perdas – Deterioração – Roubo ……………………………………..1,0%
Em média, a taxa anual de posse do stock pode representar 10% a 20% do valor investido nos stocks.
CÁLCULO DA QUANTIDADE ECONÓMICA DE ENCOMENDA
Chegamos portanto a um paradoxo:
- ou se encomendam grandes quantidades e se lançam poucas encomendas, quer dizer poucas despesas de passagem de encomendas, mas um nível de stock médio elevado e, por conseguinte, despesas de posse elevadas
- ou se encomenda em pequenas quantidades, mas muitas encomendas, quer dizer, temos um custo de passagem elevado, mas um nível de stock médio fraco e, por conseguinte, despesas de posse baixas.
Como estes dois resultados são inversos, é preciso procurar a solução que os optimize. A quantidade resultante é exactamente a Quantidade Económica de Encomenda.
Cálculo da Quantidade Económica (Qe):
O custo anual global de um artigo é a soma :
- do valor anual do consumo
- do custo anual de lançamento das encomendas
- do custo anual de posse do stock
seja então:
O mínimo desta função é encontrado quando a derivada se anula (a variável é o Q, os outros valores são constantes)
CÁLCULO DO PONTO DE ENCOMENDA
Designamos por
d – Prazo de aprovisionamento expresso em meses
Sf – Stock físico existente
Ec – Encomendas em curso
S – Consumo anual
Res – Quantidade reservada
Rupt – Quantidade em Ruptura
Ss – Stock de Segurança
Pe – Ponto de Encomenda
Sp – Stock Potencial
Se o consumo do artigo for regular a quantidade existente em armazém no fim do prazo de aprovisionamento será:
É preciso que essa quantidade seja aumentada do Stock de Segurança (Ss) se nos quisermos prevenir contra variações do consumo durante o prazo de aprovisionamento ou variações do próprio prazo de aprovisionamento.
Obtemos assim:
O consumo previsto durante o prazo de aprovisionamento aumentado do Stock de Segurança é chamado Ponto de Encomenda (PE) e representa-se por:
O Stock Disponível Potencial (Sp) é dado por:
Sp = Sf -Res +Ec
Na prática desencadear-se-á um reaprovisionamento sempre que:
A quantidade a comprar será então igual a:
Qcomprar + Qeconomica + PE- SP
Exemplo de aplicação
1- Calcular a quantidade a comprar (aprovisionar) de um artigo com o seguinte perfil
Como se verifica a condição:
A quantidade a comprar será
Qc = Qe +PE -Sp = 316 +121-100 = 337 un
Cálculo do Custo Económico
Se, aplicando o método de gestão de stocks, o custo económico previsto for maior que o custo (real) actual, quer dizer que ou o método não foi bem aplicado ou há variáveis cujos valores não são exactos. Neste caso abandona-se temporariamente o método até possuirmos valores mais consistentes.
Este método insere-se nos métodos de previsão.
O objectivo central dos métodos de previsão consiste em isolar o melhor possível a lei dos consumos que caracteriza a sua utilização. Podem ser usadas três formas de abordagem:
1) Análise do passado como base das projecções a fazer para o futuro
2) Análise do futuro a partir da pesquisa de informações exteriores à empresa relacionadas com o mercado, a evolução conjuntural e as tendências tecnológicas
3) Uma mistura das duas abordagens, essencialmente uma correcção das previsões baseadas nas expectativas do futuro a partir das projecções do histórico de consumos.
Como métodos de projecção de históricos são utilizadas essencialmente três técnicas:
- Método da Média Móvel,
- Método da Recta de Tendência
- Método do Alisamento Exponencial
No âmbito do nosso estudo vamos ver o método da Recta de tendência.
Quando se verifica uma tendência regular na lei dos consumos, pode ser definida uma recta y = ax + b , chamada recta de tendência” que procura minimizar a soma dos quadrados das distâncias entre cada valor de consumo e uma recta a determinar para a mesma abcissa.
sendo:
Q - ordenada em cada ponto
t - abcissa considerada
n - número de pontos considerados na série em estudo
t - média dos valores de tempo considerados nas abcissas
Q- média dos valores de consumo tomados emordenadas
a - inclinação da recta
b - Ordenada na origem
É impossível prever o consumo ou a necessidade de um dado artigo com uma precisão perfeita. Isto significa que variações devidas a erros de previsão ou a acontecimentos excepcionais introduzem factores suplementares que afectam a planificação. Para antecipar flutuações que não se podem prever, é usual introduzir stocks nos sistemas que permitem compensar todas as variações, dentro das previsões efectuadas.
Para planificar o stock deve-se saber quando o artigo deverá ser armazenado e quantas unidades são preciso armazenar. Para isso é necessário prever o consumo médio e a variância (desvio padrão) associada, no modelo de stock considerado, de modo a que, respondendo às solicitações em prazo e em volume, se minimizar o custo médio envolvido. O controlo do stock, em particular para o curto prazo é, em muitos casos, um meio mais prático e mais barato de tomar em consideração o problema das flutuações dos pedidos, do que os métodos de previsão muito sofisticados.
Neste sentido, o gestor tem de escolher entre três soluções:
- uma previsão grosseira, que naturalmente conduzirá à constituição de stocks importantes e com rupturas em paralelo
- um método de previsão elaborado, que pode conduzir a um fraco nível de stocks ;
- um sistema de abastecimento relacionado directamente com o consumo no conceito de Just-in-Time.
A arbitragem entre estas três soluções deve fazer-se na base:
- do valor relativo de cada item;
- da lei que rege o seu comportamento no passado;
- do custo associado;
- da precisão do método utilizado.
Convirá todavia, acentuar que estamos a tratar de modelos de consumo independentes. Nos modelos de consumo dependentes, em que o consumo de um artigo está directamente relacionado com as necessidades do composto ao qual está ligado, serão utilizadas técnicas que se combinam com as que iremos estudar, nomeadamente o MRP – Materials Requirement Planning ou Planeamento das Necessidades de Materiais e o já referido Just-in-Time. Uma vez inventariados, identificados e classificados os artigos e conhecido o valor dos consumos anuais, a empresa possui os mecanismos para a aplicação os métodos de gestão.
Uma primeira etapa para definir o método mais económico consiste na repartição dos artigos segundo o método ABC, seleccionando os stocks em função da importância do valor do consumo de cada artigo.
Mas esta repartição não é suficiente para se resolver completamente o problema que se põe àgestão económica dos stocks. e que se resume em saber:
QUANDO E QUANTO ENCOMENDAR
Os métodos clássicos de gestão de stocks - o método de Ponto de Encomenda e o método do Plano de Aprovisionamento (ambos inseridos nos métodos de consumo independente), apoiam-se numa base de dados constituída por:
- custo de passagem de uma encomenda;
- custo de posse do stock;
- consumo anual;
- preço unitário;
- prazo de entrega;
- lei dos consumos mensais;
- risco de ruptura aceite.
No entanto, a teoria dos stocks assenta sempre sobre a análise dos registos do passado. Daí que a aplicação dos métodos de gestão deva incidir em particular nos artigos das classes B e C. Os artigos da classe A deverão ser objecto de um tratamento específico não devendo estar completamente dependentes de leis estatísticas.
O problema da gestão económica dos stocks não se centra na aplicação de métodos de gestão, mas na selecção do melhor método para cada artigo, conforme a sua identidade, as suas características de consumo, de preço e de prazo, e os custos associados à armazenagem, reabastecimento e ruptura.
O problema da gestão económica dos stocks não se centra na aplicação de métodos de gestão, mas na selecção do melhor método para cada artigo, conforme a sua identidade, as suas características de consumo, de preço e de prazo, e os custos associados à armazenagem, reabastecimento e ruptura.
Trata-se de garantir o abastecimento dos utilizadores ao menor custo total através da:
a) minimização dos custos de posse e de passagem
b) redução dos obsoletos
c) redução das rupturas.
Para o efeito:
é preciso saber calcular com exactidão o stock médio em quantidade e em valor e avaliar os resultados obtidos com os métodos aplicados
Para medir a eficiência da utilização de um stock recorre-se a indicadores que traduzem a relação entre o consumo e o stock médio detido. Um desses indicadores é a taxa de rotação do stock.
Traduz o número de vezes que o stock se renova. Quanto mais elevada for esta taxa tanto melhor é a gestão adoptada. Este indicador pode apresentar valores que se situam num intervalo muito largo que pode ir de valores inferiores à unidade até 100, dependendo do tipo de artigos e da indústria de referência. Todavia considera-se positivo, um rácio superior a 5 para uma indústria tradicional.
Se o consumo anual de um artigo for de 60 000 € e se o stock médio no período foi de 15 000 €, a taxa de rotação será igual a 4, o que significa que o stock se renova quatro vezes por ano ou de 3 em 3 meses. O stock médio deverá ser calculado somando o stock no final de cada mês ao longo do ano e no final dividir por 12.
Outro indicador utilizado é a taxa de cobertura média do stock.
Este indicador traduz o número de meses de consumo assegurado pelo stock médio.
Existe ainda um terceiro indicador que se traduz pela taxa de ruptura dos stocks e que se pode medir através do seguinte rácio:
É difícil definir um valor óptimo para esta taxa dado que é função de um elevado número de variáveis, todavia poderemos considerar como valores razoáveis para a taxa de ruptura um intervalo entre os 2% e 4% para o stock global.